Prefeitura realiza oficina de Bonecas Abayomi durante o 5º Mutirão

Aulas destacam confecção sem costuras das bonecas, utilizando nós ou tranças e sem demarcações de olhos, nariz ou boca, simbolizando a multiplicidade das etnias africanas

A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Políticas Afirmativas (SMDHPA), realiza o projeto Oficina de Bonecas Abayomi, neste final de semana (22 e 23 de junho), durante o 5º Mutirão de Goiânia de 2024, na Região Noroeste da capital. Ação visa evidenciar a memória e identidade popular do povo brasileiro, valorizando a diversidade cultural do país.

As aulas práticas, geridas pela Superintendência de Igualdade Racial e ministradas por Adelbiane Campos, destacam a confecção sem costuras das bonecas, utilizando nós ou tranças e sem demarcações de olhos, nariz ou boca, simbolizando a multiplicidade das etnias africanas. A Oficina de Bonecas Abayomi vai além do ensino do processo de criação, promovendo discussões sobre sua importância histórica e social. Elas são um elemento de afirmação das raízes culturais brasileiras.

De acordo com a titular da SMDHPA, Cida Garcês, o projeto é um passo na valorização da nossa diversidade cultural. ”O projeto Oficina de Bonecas Abayomi é fundamental para resgatarmos e valorizarmos a rica herança cultural africana presente em nossa sociedade. Ao ensinar a confecção dessas bonecas, promovemos não apenas uma atividade artística, mas também um profundo processo de reflexão e empoderamento. Este projeto destaca a importância de reconhecer e celebrar a diversidade étnica”, destaca.

Embora uma falsa lenda tenha surgido no final dos anos 1990 associando as bonecas Abayomi à época da escravidão e às mães que as confeccionavam para seus filhos em navios negreiros, não há evidências históricas que sustentem a narrativa.

“As bonecas Abayomi são mais do que simples brinquedos, elas são um símbolo poderoso de resistência, identidade e orgulho. Ao promover oficinas para a criação de bonecas, estamos não apenas resgatando tradições culturais africanas, mas também fortalecendo a autoestima e a confiança das comunidades negras. Este projeto é uma demonstração clara do nosso compromisso com a igualdade racial e a valorização da diversidade. Queremos que cada pessoa, especialmente nas periferias, se sinta vista, valorizada e inspirada a contar sua própria história.”, finaliza Angela Café, superintendente de Igualdade Racial.