O julgamento dos acusados e possíveis réus será retomado nesta quarta
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou nesta terça-feira (25) os pedidos da defesa de Jair Bolsonaro e aliados para anular a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante do ex-presidente. Por unanimidade, os ministros validaram o acordo de colaboração, considerado peça-chave para desvendar a trama golpista de 8 de janeiro. O julgamento sobre tornar Bolsonaro e sete acusados réus será retomado nesta quarta-feira (26).
Decisão unânime mantém delação sob críticas
As defesas de Bolsonaro e outros investigados alegaram que Mauro Cid teria sido coagido pela Polícia Federal (PF) e pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, a delatar o grupo após ser preso. O argumento foi rejeitado pelo colegiado, que seguiu o voto de Moraes. O ministro destacou que Cid reafirmou a voluntariedade do acordo durante interrogatório, na presença de advogados:
“Não há qualquer indício de ilegalidade ou cerceamento. O colaborador confirmou espontaneidade em todas as etapas”, afirmou Moraes.
STF também rejeita impedimento de ministros e outras teses da defesa
Além de manter a validade da delação, a Turma negou por unanimidade:
- O impedimento dos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin;
- A incompetência da Primeira Turma para julgar o caso (defesas queriam análise no Plenário);
- Alegações de cerceamento de defesa.
Próximo passo: Bolsonaro perto de virar réu
Com as questões preliminares resolvidas, o STF retoma o julgamento nesta quarta-feira (26) para decidir se aceita a denúncia da PGR contra o “núcleo crucial” do suposto golpe. A lista inclui:
- Jair Bolsonaro (acusado de comandar a trama);
- Walter Braga Netto (ex-vice na chapa de 2022);
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
- Mauro Cid (delação premiada);
- Militares como Augusto Heleno (ex-GSI) e Paulo Sérgio Nogueira (ex-Defesa).
Se a denúncia for aceita, todos se tornam réus e o processo avança para a fase de instrução, com oitiva de testemunhas.
Impacto da delação de Cid
Mauro Cid é testemunha-chave no caso. Suas revelações incluem:
- Tentativas de fraudar certificados de vacinação de Bolsonaro;
- Discussões sobre intervenção militar pós-eleições;
- Articulação de reuniões com aliados para questionar resultados das urnas.
A decisão de manter seu acordo aumenta a pressão sobre Bolsonaro, que nega todas as acusações. O julgamento desta quarta-feira será decisivo para definir o futuro processual do ex-presidente, que já enfrenta inelegibilidade até 2030 por abuso de poder político.
*Com informações da Agência Brasil
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