Produtores invadem Plenário e impedem votação de taxação do Agro

Representantes do agronegócio goiano invadiram o plenário durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), desta terça-feira, 22, para impedir a apreciação em segunda e última votação de projetos que criam taxa de contribuição de 1,65% sobre a produção agrícola.

Antes de colocar os projetos de lei nº 10803/22 e 10804/22 em apreciação do Plenário, o deputado Delegado Eduardo Prado (PL), apresentou requerimento de retirada das matérias da pauta de votação. Assim que o pedido foi rejeitado por 22 votos contrários, um grupo de produtores saíram da galeria e invadiram o plenário Iris Rezende Machado. O clima ficou tenso e para garantir a integridade dos parlamentares e servidores, o presidente da Casa, deputado Lissauer Vieira (PSD) encerrou a sessão ordinária antes de iniciar a votação da Ordem do Dia. Na última quinta-feira, 17, os projetos foram aprovados em 1ª votação, com 22 votos favoráveis e 16 contrários.

O enfrentamento dos manifestantes à Polícia Legislativa ficou ainda mais tenso depois que um dos manifestantes pulou do terceiro andar (onde fica a galeria de visitantes) para o plenário, um andar abaixo. Com os nervos aflorados, o parlamentares da base aliada do Governo e de oposição travaram uma queda de braço para votar os projetos em caráter emergencial apesar da ilegalidade regimental da Alego.

Aliados de Caiado tentaram todas as manobras para reiniciar a votação por meio de sessão extraordinária. Depois de muita discussão e da obstrução da mesa diretora por de deputados da oposição que se sentaram na mesa diretora e se recusaram a deixar o Plenário enquanto a votação não fosse adiada. Diante da inviabilidade regimental defendida por Lissauer e da resistência da oposição ao projeto, o presidente convocou uma sessão híbrida sem acesso popular ao plenário, para as 15hs desta quarta-feira, 23.

Em nota à imprensa, o Governador lamentou o ocorrido e criticou a atitude dos manifestantes. “

Cenas como estas mancham a imagem do Estado em âmbito nacional. A violência não pode superar a institucionalidade, em nenhuma circunstância”, enfatizou Caiado em trecho da nota.