Deputados pedem vista de projeto que altera natureza jurídica do Ipasgo

Projeto que trata sobre natureza jurídica do Ipasgo recebeu pedidos de vista na Comissão Mista da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), nesta quinta-feira, 13

A matéria que autoriza o Poder Executivo a instituir o serviço social autônomo de assistência à saúde dos servidores públicos estaduais, foi apreciada pela Comissão Mista da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), nesta quinta-feira, 13, mas a votação só será realizada na próxima terça-feira, 18, porque cinco deputados pediram vista do projeto.

A proposta enviada pelo governador Ronaldo Caiado (UB) ao Parlamento goiano altera a natureza jurídica do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo) recebeu pedidos de vista dos deputados: deputados Delegado Eduardo Prado (PL), Antônio Gomide (PT), Mauro Rubem (PT), Coronel Adailton (Solidariedade)e Fred Rodrigues (DC).

De acordo com o Poder Executivo, a matéria propõe uma solução para a correção das inadequações contábeis e administrativas exigidas pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO). O governador Ronaldo Caiado (UB), garante que não se trata de uma privatização, já que instituto será gerido por uma diretoria executiva indicada pelo Executivo estadual. 

Com a alteração do regime jurídico, o Ipasgo passa a ter autonomia financeira e administrativa; imunidade em relação aos impostos federais e municipais; isenção de tributos estaduais; maior participação dos servidores, que integrarão os conselhos de administração e fiscal; além de passar a ser regido pela legislação civil.

No Serviço Social Autônomo, o Governo de Goiás continua como controlador do Ipasgo e o serviço prestado será regulamentado e fiscalizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A Governadoria justificou a iniciativa sob o argumento de que, os 596 mil usuários do serviço de assistência à saúde passarão a ter acesso a 879 procedimentos médicos que hoje não integram a tabela do Ipasgo. Além de outros oito atendimentos odontológicos, 1.758 medicamentos e 740 Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), insumos utilizados em intervenções médicas, odontológicas, de reabilitação, diagnósticas ou terapêuticas.

O texto também garante a manutenção do sistema assistencial, a exemplo de serviços odontológicos e home care, mesmo com a extinção da autarquia. Em relação à gestão do instituto, o projeto de lei veda ao Ipasgo a alienação da carteira de usuários a outro sistema de assistência à saúde. Além dos artigos que tratam sobre esses assuntos, a redação é constituída por sugestões apresentadas pelos servidores efetivos do Ipasgo e que dizem respeito às carreiras públicas dos mesmos. 

Arcabouço legal

A alteração da natureza jurídica do instituto visa adequar o Ipasgo ao arcabouço legal e às regras de governanças, tal qual determinado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). A corte de contas imputou prazo ao Instituto, até o dia 31 de dezembro, para correção de distorção contábil que ocorre desde 2009, quando o Ipasgo deixou de gerir o regime de previdência dos servidores públicos, atribuição assumida pela Goiás Previdência (Goiasprev), e se tornou exclusivamente um serviço de assistência à saúde. Depois de pelo menos uma década de recomendações para correção do desajuste legal causado por essa mudança, o tribunal impôs que o Estado deixe de contabilizar como parte da Receita Corrente Líquida (RCL) os descontos feitos em folha de pagamento dos servidores.

O governador Ronaldo Caiado (UB), autor da matéria, lembra, no entanto, que a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) não reconhece a possibilidade de desvincular a receita de uma autarquia, visto que essa executa atividades típicas da administração pública. A exceção seria se a Corte de Contas consentisse. Em Goiás, no entanto, o TCE avalia não ser possível sem alterar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), ao qual o Governo de Goiás aderiu em 2021. Portanto, para que o Ipasgo continuasse como autarquia, seriam necessárias alterações em leis federais. *Com informações da Agência Assembleia de Notícias