A juíza Maria Umbelina Zorzetti entendeu que Caiado usou a residência oficial para realizar jantares com vereadores e líderes políticos após o primeiro turno, para articulações políticas em prol da campanha de Mabel para o segundo turno contra Fred
O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) foi alvo de uma decisão judicial que o proibiu de realizar atos de campanha no Palácio das Esmeraldas, sede do Executivo de Goiás, após ser acusado de promover eventos eleitorais em apoio a Sandro Mabel (União Brasil), seu candidato à Prefeitura de Goiânia. A liminar foi concedida após uma ação movida pela campanha do adversário de Mabel, Fred Rodrigues (PL), candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo a decisão da juíza Maria Umbelina Zorzetti, Caiado utilizou a residência oficial para realizar jantares com vereadores eleitos e não eleitos, além de outros líderes políticos, logo após o resultado do primeiro turno, no qual Mabel avançou para disputar o segundo turno contra Fred Rodrigues. O uso de prédios públicos para campanha eleitoral, conforme a legislação, é considerado abuso de poder político.
Em vídeos que circularam nas redes sociais e aos quais a Folha teve acesso, Caiado aparece discursando aos presentes, sugerindo que eles, como líderes comunitários, utilizem seu apoio a Mabel como argumento para convencer os eleitores. O governador afirmou que, com Mabel na prefeitura, os problemas das regiões representadas pelos vereadores poderiam ser resolvidos, uma vez que Mabel teria seu apoio direto.
A juíza baseou sua decisão no artigo 73 da Lei das Eleições (9.504/97), que proíbe o uso de bens públicos em benefício de qualquer candidatura, além de citar a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) 23.735/2024, que veda a utilização da residência oficial para promover atividades eleitorais.
A Secretaria de Comunicação do Governo de Goiás negou que Caiado tenha realizado atos eleitorais e afirmou que o governador não foi notificado da decisão judicial. Em nota, a secretaria declarou que o evento realizado no Palácio tinha como objetivo parabenizar os vereadores eleitos nas últimas eleições e que eventos eleitorais não acontecem no local.
A campanha de Fred Rodrigues argumenta que os eventos no Palácio das Esmeraldas desequilibram o processo eleitoral, configurando abuso de poder político. A decisão liminar proíbe Caiado e Mabel de utilizarem qualquer espaço público, incluindo o Palácio, para promover a candidatura do atual prefeito.
A disputa pelo segundo turno entre Mabel e Rodrigues reflete uma batalha maior entre os padrinhos políticos de ambos: de um lado, o governador Ronaldo Caiado; do outro, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que já esteve em Goiânia para apoiar Fred Rodrigues e é aguardado novamente na cidade para o segundo turno, que ocorrerá no domingo, dia 27.
Segundo pesquisa Quaest divulgada no dia 17 de outubro, Mabel lidera com 46% das intenções de voto, enquanto Fred Rodrigues aparece com 39%. A margem de erro é de três pontos percentuais. *Com informações do Jornal de Brasília
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