A chegada das estações mais quentes, primavera e verão, marca o aumento das doenças virais, que podem causar surtos de viroses nas escolas e afetar a saúde da população em geral
Com a chegada das estações mais quentes, primavera e verão, os brasileiros se deparam com o aumento de doenças virais, que podem afetar a saúde de toda a população. O calor, a umidade e o contato mais frequente entre pessoas criam o ambiente ideal para a proliferação de vírus, como da gripe e da Covid-19, rotavírus e norovírus, causadores de gastroenterites; além de dengue, chikungunya e zika. Por conta disso, para prevenir o surto de viroses, especialmente no ambiente escolar, a otorrinolaringologista Juliana Caixeta destaca a importância da vacinação de crianças e adolescentes.
Não por acaso, o Ministério da Saúde lançou neste mês a Campanha Nacional de Multivacinação voltada para o público até 15 anos de idade. Crianças e adolescentes em todo o país devem atualizar a caderneta de vacinação. Mais de 6,8 milhões de doses foram distribuídas para a campanha, que será realizada até o dia 31 de outubro, com Dia D de mobilização marcado para o próximo sábado, dia 18.
Juliana Caixeta destaca que existem vacinas fundamentais para crianças e adolescentes em idade escolar que fazem parte do calendário de vacinação do Programa Nacional de Imunizações, ofertadas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Basta procurar os postos de saúde com a caderneta de vacinação para manter o calendário de vacinas em dia.
“Temos, por exemplo, vacinas antipneumococo, que é um dos principais causadores de doenças de via aérea superior e inferior. Tem ainda a BCG, que protege contra as formas graves de tuberculose, como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar; e as vacinas contra sarampo e rubéola, que ajudaram a erradicar essas doenças no Brasil por anos. Temos também a vacina contra a influenza, lembrando que a gripe é uma doença com potencial de complicações graves”, explica.
“E também temos atualmente a vacina contra a dengue, que é uma das mais recentes que foi incorporada ao calendário vacinal e que, embora não esteja disponível para todas as faixas etárias pelo Programa Nacional de Imunização, é ofertada para crianças e adolescentes”, completa a otorrinolaringologista.
Em 2024, a vacina da dengue foi incorporada ao SUS para o público de 10 a 14 anos que reside em localidades prioritárias, conforme critérios definidos a partir do cenário epidemiológico da doença no país e decisão pactuada com estados e municípios na Comissão Intergestores Tripartite. O Brasil foi o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. A vacinação no país teve início em fevereiro do ano passado.
Queda na procura por vacinação
A vacinação é importante porque as vacinas previnem doenças como sarampo, gripe, caxumba, tétano e outras; diminui consideravelmente os índices de internações e mortes por doenças infecciosas. E, além disso, graças à vacinação, doenças como a varíola foram erradicadas no Brasil e no mundo.
Entretanto, segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou queda nas coberturas vacinais nos últimos anos, atingindo 83% em 2023, abaixo da meta de 95% recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A situação acende um sinal de alerta para o risco de reintrodução de doenças já controladas, como sarampo, rubéola e poliomielite.
O Ministério da Saúde reforça que a vacinação é a forma mais eficaz e segura de prevenir surtos em ambientes escolares. Em 2024, o Brasil registrou aumento de casos de sarampo e coqueluche em estados com baixa cobertura vacinal, mostrando a importância da imunização coletiva.
“Quem viveu nas décadas de 40, 50, 60 e 70 viu como as doenças que eram muito comuns na infância, hoje são doenças muito raras. Algumas dessas doenças, inclusive, podem levar à morte, principalmente em crianças muito pequenas. Dentre elas, podemos citar o sarampo, a rubéola, a varicela, as doenças pneumocócicas invasivas, que são principalmente a pneumonia complicada e a meningite, e também as doenças causadas por meningococo”, lembra a médica.
“A vacinação contra a gripe é fundamental para a redução da mortalidade por conta da doença. É inegável o benefício que a vacinação contra a gripe trouxe, uma vez que a mortalidade, principalmente entre os anos de 2005 a 2009, era muito alta por influenza. Então, a vacina pode trazer tanto benefício individual, evitando a contaminação do indivíduo e também a sua morte, como trazendo uma proteção coletiva”.
Além da proteção individual, a especialista salienta que nem todos podem receber vacinas, o que torna a imunização coletiva essencial para proteger os mais vulneráveis. “A gente deve se lembrar que nem todos os indivíduos podem se vacinar, algumas pessoas possuem contraindicações para vacinas e, portanto, a vacinação dos indivíduos que convivem com essa pessoa de forma indireta vai reduzir o contágio desse indivíduo com questões relacionadas à imunidade”.
Papel dos pais, da escola e da população
Os pais exercem um papel fundamental nos cuidados com a saúde de crianças e adolescentes e são os responsáveis por manter a caderneta de vacinação dos filhos em dia. “A família deve se informar e procurar orientações em fontes confiáveis de informações, como o site do Ministério da Saúde, e também com o próprio pediatra. De posse dessas informações, a família deve se orientar sobre quais as vacinas mais indicadas para cada faixa etária”, orienta.
Além de manter em dia a caderneta de vacinação dos filhos, os pais devem se atentar para não permitir que quando o filho esteja doente, vá para a aula; o que coloca em risco a saúde de toda a comunidade escolar, incluindo alunos, professores e funcionários administrativos. A omissão pode causar surtos de viroses na escola.
A proteção da saúde no ambiente escolar é também responsabilidade da escola. “A escola tem o papel de alertar os pais sobre possíveis surtos de doenças que estejam acontecendo na escola. Isso é muito comum, principalmente com relação à influenza, por exemplo. E a escola tem um papel de influenciar e também um papel de educar. Então, uma vez que a escola participa desse processo de conscientização das famílias, ela participa ativamente na promoção à saúde da criança”, afirma a médica.
Por fim, a médica reforça que a imunização é uma forma concreta de cuidado coletivo e responsabilidade de toda sociedade. “É importante também lembrar que existem vacinas para os adultos e para os idosos. Então é fundamental que os adultos chequem o calendário vacinal e se vacinem caso a sua vacinação não esteja completa”, alerta Juliana Caixeta.
Fotos:
Foto 1 – Médica Juliana Caixeta, otorrinolaringologista pediátrica – crédito: Karen Tondato
Foto 2 – Vacinação de crianças e adolescentes é essencial para prevenir surtos e proteger a comunidade escolar – crédito Photonews
Foto 3 – O Ministério da Saúde lançou neste mês a Campanha Nacional de Multivacinação voltada para o público até 15 anos de idade – crédito Freepik
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