Secretaria Municipal defende operação emergencial, enquanto denúncia aponta descumprimento ambiental
Uma denúncia anônima recebida pelo Jornal Opção acusa a Prefeitura de Rialma (GO) de reativar ilegalmente seu antigo lixão, recentemente certificado como encerrado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semad) em janeiro de 2025. Segundo o relato, o município estaria descartando resíduos sólidos no local interditado, violando o contrato com a empresa de transbordo e praticando queimadas e enterro de lixo – ações proibidas por lei.
A crise teria origem na inadimplência da prefeitura com a Ecovale Ambiental, empresa responsável pelo transbordo em Rianápolis. Com custos mensais entre R$ 300 mil e R$ 400 mil, o serviço tornou-se “inviável financeiramente”, conforme admitiu a Secretária Municipal de Meio Ambiente, Anna Luiza Vieira Rodrigues. Após o rompimento, a prefeitura contratou transporte alternativo para Pirenópolis, mas sem esclarecer o destino de todo o volume de resíduos.
A Defesa Municipal
Anna Vieira nega categoricamente a reabertura do lixão. Afirma que opera uma área adjacente (“nos fundos”) com licença emergencial de 60 dias, utilizando lonas impermeabilizantes para transferir resíduos entre caminhões e contêineres. “É estritamente um ponto de transbordo temporário”, reforçou, destacando que todo lixo segue para o aterro licenciado de Guapó via Pirenópolis – opção mais barata apesar da distância maior.
Quanto às imagens de lixo despejado no solo e queimadas, a secretária atribuiu a ações de terceiros: “A área ainda não está cercada, e infelizmente há descarte irregular pela população”. Ela informou que licitação para cercamento com guarita e câmeras está em andamento.
Planos e Fiscalização
A prefeitura anunciou planos para operar seu próprio transbordo licenciado em Rialma após o prazo emergencial, eliminando intermediários. Enquanto isso, a Semad confirmou contato com o município para apurar os fatos. Dados fornecidos ao órgão estadual indicam aumento no volume de resíduos transportados: de 212,9 toneladas em março para 225,15 em abril.
A Semad ressaltou que o município possui licença de encerramento do lixão desde janeiro e classificou o descarte irregular detectado em 14 de julho como “ação criminosa” de terceiros – caso que já estaria sendo apurado juridicamente pela prefeitura. O órgão reafirmou seu compromisso com a erradicação de lixões em Goiás e segue monitorando a situação.
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