Dívidas e empréstimos ainda pressionam os estabelecimentos, que têm alto número de empresas operando sem lucro
A expectativa é boa para o Dia das Mães, no próximo domingo (14 de maio), de acordo com uma pesquisa nacional realizada pela Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes). O levantamento consultou empresas de todos os portes e regiões do país e revelou que 79% dos bares e restaurantes esperam aumento no faturamento em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo a pesquisa, 14% das empresas consultadas acreditam que o faturamento não deve apresentar alteração em relação ao ano anterior e 7% esperam queda nas vendas. O aumento esperado é de até 10% para 30% dos entrevistados, enquanto outros 30% esperam um aumento mais expressivo, entre 11% e 30%.
“O Dia das Mães é uma das duas datas mais importantes para o nosso setor, junto com o Dia dos Namorados. O otimismo é grande em aumentar o faturamento, mas com os pés no chão, tanto que mais da metade de quem espera aumento diz que será de até 20%. Ainda estamos em uma situação crítica, com muitos estabelecimentos operando sem lucro mês após mês”, diz o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.
A pesquisa mediu também a situação em relação ao desempenho no mês de março. Houve pequena redução no número de empresas realizando prejuízo (de 30% em fevereiro para 27% em março), mas o número continua muito alto. Em relação aos empréstimos, 68% das empresas dizem ter captado recursos por meio do Pronampe, e a inadimplência está em 16%, taxa bem acima da média do programa (de 4,3%).
A pesquisa ouviu os empresários sobre a expectativa de renegociar os débitos, usando a lei sancionada pelo governo em abril: 40% disseram que tentarão renegociar o prazo dos empréstimos, 36% não pretendem fazer isso e 24% ainda não se decidiram. Houve pequeno crescimento no número de empresas com pagamentos em atraso: hoje é de 41%, contra 40% do mês anterior. A maior parte das que devem têm atrasos em relação a impostos federais: 76%.
“É preciso muita atenção para que as renegociações do Pronampe aconteçam sem amarras. E também estamos de olho no Senado, onde será decidida a entrada do nosso setor no Perse – as dívidas voltaram a aumentar e, sem alguma ajuda para resolver a questão dos impostos atrasados, muitos irão fechar as portas”, completa Solmucci.
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