Lula e Bolsorano se enfrentaram nos estúdios da TV Bandeirantes em primeiro debate do segundo turno neste domingo
Numa eleição com tanta coisa acontecendo em comícios e nas redes sociais, qual é a influência desse debate na opinião dos telespectadores. De acordo com cientistas políticos o primeiro debate presidencial do segundo turno das eleições foi um jogo de ataques e que no jogo de posse de bola dividida, terminou em 0 x 0.
O debate entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PL), promovido por: TV Bandeirantes, TV Cultura, UOL e Folha de S. Paulo e transmitido pelo streaming da emissora no Youtube, a partir das 20hs desta segunda-feira, 16, destacou os principais temas de discussão nesse pleito eleitoral, que são: pandemia, corrupção, Petrobrás, Orçamento Secreto, Educação, Fake News e programas sociais.
De uma forma geral, os dois candidatos se limitaram a manter o equilíbrio e a postura moral ao abordar um estratégia de contenção de ataques. Especialistas políticos avaliam que Lula foi melhor no primeiro bloco de 15 minutos ao falar de educação e no segundo bloco, Bolsonaro se saiu melhor ao abordar o tema corrupção sob a orientação do ex-ministro Sérgio Moro.
Bolsonaro demonstrou desespero para difundir uma campanha nas redes sociais nas últimas 24 horas para dizer que não é pedófilo. “O discurso da ex-ministra Damares sobre pedofilia foi um erro porque não conseguiu provar nenhuma prova de exploração infantil em Marajó nos últimos 30 anos. Existe uma exploração na luta pela pedofilia que deveria ser séria e eficaz, não como objeto de exploração eleitoral. Agora, se um candidato explora a pedofilia e na sequência, é acusado no mesmo contexto, parece que ele luta contra a pedofilia que existe dentro de você. Do ponto de vista do conteúdo, o ex-presidente Lula se saiu melhor. Quanto ao ponto forte do Bolsonaro, destaque ao tema de corrupção levantado pelo presidente e que Lula não conseguiu se expressar muito bem em suas justificativas”, analisou o jornalista e cientista político da rede Globo, Fernando Gabeira, durante o programa Central das Eleições deste domingo, 16.
Para a jornalista Mírian Leitão, o debate foi equilibrado, porém para ela, o candidato Lula conseguiu marcar pontos mais importantes do que Bolsonaro neste primeiro debate rumo ao segundo turno. “Quando Lula levanta o tema sobre a pandemia no primeiro bloco, ele apresenta fatos e situações que todo brasileiro vivenciou, inclusive a falta de solidariedade e o descaso do presidente Bolsonaro durante. Esse foi o principal ponto de Lula, foi ao abordar a questão da pandemia que está fresco na memória dos eleitores. Apesar do equilíbrio. Lula se saiu melhor porque levantou questões que o Bolsonaro não soube responder, como pandemia, universidades e fake News”, avaliou a jornalista e analista política da rede globo durante o programa Centra das Eleições deste domingo, 16, Mírian Leitão.
Avaliando cada ponto do primeiro confronto presidencial desde segundo turno entre Lula e Bolsonaro no debate promovido pela Band TV, neste domingo, 16, cientistas políticos dividem opiniões sobre quem se saiu melhor, mas afirmam que houve ataque e defesa dos dois lados. “São dois movimentos importantes. Lula se movimentou para mostrara que Bolsonaro atuou mal na pandemia. O movimento do Bolsonaro é dizer que houve corrupção no Governo Lula. O que está mais presente na memória da população? A pandemia ou o petrolão? Acredito que a pandemia é mais pervasiva e atingiu um número maior de pessoas porque muitos morreram. Se for comparar os blocos. Temos um equilíbrio, mas colocados em confronto, o que mais impressiona o eleitor? Nesse jogo de posse de bola dividida terminou em 0 x 0”, avalia Fernando Gabeira.
Dentre os assuntos de maior repercussão na mídia e nas redes sociais, nos últimos dias, os candidatos optaram por não aprofundar nos temas durante o debate. A exemplo do contexto de pedofilia sobre as meninas Venezuelanas, quando Bolsonaro diz que: “Pintou um clima”. Apesar do fresco do tema, o candidato petista optou por não entrar no mérito da questão, assim como também não se valorizou o suporto psicótico de Carlos Bolsonaro e de uma suposta overdose provocada por uso de cocaína, nem a respeito das acusações de apologia ao aborto declarada por Bolsonaro em seu programa eleitoral da última sexta-feira, 14, acusando Lula de abortista.
O grande tema tangente foi levantado pelo Bolsonaro, trata-se de pedofilia, o qual foi citado por Bolsonaro, porém não foi explorado por Lula. Em sua citação de defesa acerca do conteúdo suspenso pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre Morais. Em sua fala, O presidente deu a entender que foi inocentado pelo Ministro, porém a decisão do Supremo não apresenta documentos nem provas que inocentem ou livrem o presidente Bolsonaro de investigações sobre suas próprias declarações. Apenas sugere que a situação precisar de provas contundentes e sólidas antes de serem divulgadas.
Durante o debate, o ex-presidente Lula, usou broxe de combate à exploração sexual à criança e ao adolescente, porém, claramente não quis falar sobre o assunto, levantado pelo presidente na tentativa de se defender. “Lula só menciona o caso ao falar sobre Fake News ao se referir ao desespero de Bolsonaro de invadir a madrugada em Live para falar sobre sua declaração desastrosa. Esse é um problema criado pelo próprio Bolsonaro para dizer que não é pedófilo. Ele gastou R$ 140 mil reais para difundir essa informação na madrugada desse domingo”, lembrou Fernando Gabeira.
“Não há melhor contexto possível do que pedofilia acerca da declaração “pintou um clima” proferido pelo próprio Jair Bolsonaro durante entrevista”, pontuou Mírian Leitão, durante a Central das Eleições deste domingo, 16.
De acordo com analistas políticos, os candidatos pecaram ao não discutir temas como: exploração sexual, pedofilia e exploração religiosa de Bolsonaro em Aparecida, no dia da padroeira do Brasil, na basílica de Aparecida do Norte, em São Paulo.
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