Nova nota fiscal eletrônica exige atenção imediata de empresas

Nova nota fiscal eletrônica exige atenção imediata de empresas
Nova nota fiscal eletrônica exige atenção imediata de empresas

Padronização nacional entra em vigor em janeiro de 2026 e faz parte da implementação da reforma tributária; mudanças impactam sistemas, rotinas fiscais e exigem preparação antecipada

Começou na última terça-feira (1º/07) a fase de testes para a implantação do novo modelo da Nota Fiscal Eletrônica Nacional (NF-e) e da Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e), que se tornará obrigatório em todo o país a partir de 1º de janeiro de 2026. A mudança faz parte da implementação da Reforma Tributária, prevista na Emenda Constitucional nº 132/2023 e regulamentada pela Lei Complementar nº 214/2025, que cria três novos tributos: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo (IS).

A reformulação, definida na Nota Técnica 2025.002-RTC, unifica e padroniza o layout de emissão de documentos fiscais em todo o território nacional, substituindo os diferentes modelos adotados por estados e municípios. O objetivo é simplificar o cumprimento das obrigações acessórias, reduzir divergências no preenchimento e ampliar a eficiência na arrecadação e fiscalização pelos fiscos federal, estaduais e municipais.

Com a nova exigência, empresas de todos os portes e setores, entre comércio, indústria e serviços, deverão adaptar seus sistemas de gestão empresarial (ERPs) e rotinas internas. “Será fundamental revisar os processos fiscais e capacitar as equipes para preencher corretamente os novos campos obrigatórios, como alíquotas e bases de cálculo do IBS e CBS, regimes especiais, devoluções, incentivos fiscais e o Imposto Seletivo”, explica a presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRCGO), Sucena Hummel.

Desde 1º de julho, o ambiente de homologação está disponível para que as empresas iniciem os testes. A partir de outubro, o uso do novo layout será facultativo em ambiente de produção, e, em janeiro de 2026, a utilização se tornará obrigatória. A partir dessa data, qualquer nota fiscal emitida fora do novo padrão será automaticamente rejeitada pelo sistema nacional. “A não adaptação pode impactar diretamente o faturamento das empresas, gerar atrasos logísticos e até sanções fiscais”, alerta a presidente. Ela reforça que o período de testes é essencial para ajustes nos sistemas, preparação de pessoal e o correto preenchimento dos campos exigidos.

Erros na NF-e que podem levar a rejeição

Entre os principais erros que poderão ocasionar a rejeição das notas fiscais estão: preenchimento incorreto do percentual do IBS estadual, ausência do valor do IBS municipal, campos obrigatórios do IBS ou CBS em branco e inconsistências na indicação do regime tributário ou na aplicação de benefícios fiscais.

Para a presidente do CRCGO, o papel dos profissionais da contabilidade será estratégico durante a transição. “Mais do que nunca, os contadores serão protagonistas na preparação das empresas. A nova nota fiscal representa um novo modelo de controle fiscal, que exige planejamento, atualização tecnológica e conhecimento técnico”, destaca Sucena.

O novo modelo fiscal integra um movimento mais amplo de digitalização e unificação do sistema tributário nacional. Além das mudanças na nota fiscal, o Governo Federal prevê a criação de um ambiente digital único para escrituração contábil e fiscal, com entrega centralizada das declarações e maior integração entre os fiscos das três esferas de governo.