Alexandre Baldy (PP) foi denunciado pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ), no último dia 17, por corrupção, peculato, fraude a licitações e organização criminosa. durante investigação da operação Dardanários, desdobramento da Lava jato. Além do empresário, ex-deputado federal, ex-ministro das cidades do Governo Michel Temer (MDB) e ex-secretário de transportes do estado de São Paulo, Alexandre Baldy, outras 10 pessoas foram citadas no processo e estão sendo investigadas pelo MPF.
Alexandre Baldy foi detido no último dia 6, sob suspeita de fraudes em licitações e liberado um dia depois, (7 de agosto) por meio de liminar assinada pelo Ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal (STF). A operação investiga desvios na saúde de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás.
O MPF aponta Alexandre Baldy e outras 10 pessoas -entre elas Rodrigo Sérgio Dias, primo de Baldy- por envolvimento com organizações criminosas, sendo que o ex-ministro é suspeito de intermediar contratos, favorecer licitações e receber propina da Organização Social Pró-Saúde, responsável pela gestão do Hospital de Urgências da região sudoeste de Goiás, entre os anos de 2010 e 2017. Além de facilitações contratuais à empresa Vermute entre os anos de 2014 e 2018, período em que o denunciado foi deputado federal e Ministro das Cidades.
De acordo com as investigações, Alexandre Baldy teria se aproveitado da influência política para intermediar, facilitar e manipular licitações entre o Governo de Goiás e a Fiocruz em troca de vantagens financeiras. De acordo com as investigações, o ex-ministro teria recebido pelo menos R$ 2,6 milhões em propina, o que aponta enriquecimento ilícito, considerando que a receita do mesmo não era compatível com o padrão de vida ostentado pelo empresário e político goiano. Segundo os investigadores, a delação premiada de três pessoas vinculadas à diferentes entidades fui fundamental para apontar o envolvimento de Baldy com corrupção, peculato, fraude a licitações e organização criminosa.
Os autos apontam fotos e vídeos no qual Edson Giorno, colaborador ligado à Pró-Saúde e à Vermute, mostra como guardou notas de R$ 50 e R$ 100 supostamente entregues a Rodrigo Dias, primo de Baldy também alvo da acusação. Há ainda várias ligações telefônicas entre os acusados em datas contemporâneas aos fatos narrados.
Em depoimento por escrito, Dias afirmou que R$ 500 mil, retirado de caixa 2 de campanha eleitoral, foram pagos ao denunciado, por viabilizar pagamento de valores devidos pelo Governo de Goiás à Pró-Saúde. Ademais, R$ 960 mil teriam sido pagos como propina a Baldy pela formalização de contrato entre a Junta Comercial de Goiás e a empresa Vermute. Procuradores afirmam ainda que o ex-ministro recebeu outros R$ 1,15 milhão para viabilizar a contratação da Fiocruz.
A Força-Tarefa teve acesso a planilhas e informações sigilosas que confirmam desvio de verba pública por meio de caixa 2 e enriquecimento ilícito dos envolvidos.
Baldy se pronunciou por meio de nota elaborada pela sua equipe jurídica que se limitou a dizer: “Alexandre Baldy é empresário e industrial, tem sua vida pautada pelo trabalho, correção e retidão, seja no setor privado ou público. Sempre esteve e segue à disposição para esclarecer quaisquer questões sobre a sua vida ou as funções públicas que exerceu. Todo o seu patrimônio é declarado, inclusive os mencionados nas peças apresentadas na medida cautelar. Todas as providências na defesa para que a inocência de Alexandre Baldy seja comprovada estão sendo tomadas”.
Outros denunciados:
- Rodrigo Sérgio Dias
- Rafael Bastos Lousa Vieira
- Carlos Augusto Brandão
- Izídio Ferreira dos Santos Júnior
- Guilherme Franco Netto
- Ricardo Brasil Correa
- Manoel Vicente Brasil Correa
- Edson Crível Giorno
- Carlos Alberto Filippeli Giraldes
- Paulo Roberto Segatelli Camara
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