Mais de 20 representantes dos moradores e comerciantes dos setores Marista, Jaó e Sul realizaram buzinaço na porta da Câmara Municipal desta quinta-feira (20), para manifestar descontentamento em relação a emendas previstas no novo Plano Diretor da capital. A ação critica especificamente as emendas nº 11, 15 e 16, de autoria dos vereadores Anselmo Pereira (MDB) e Andrey Azeredo (MDB), ao projeto do novo Plano Diretor de Goiânia.
Dentre outras reivindicações, os moradores rejeitam completamente a proposta de adensamento nos referidos bairros. De acordo com a presidente do 31º Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) do Setor Jaó, Adriana Reis Dourado, o adensamento modificaria o parâmetro de aproveitamento dos terrenos, possibilitando a construção de prédios residenciais sem limitação de altura independentemente do tamanho do terreno a ser construído. “Cada bairro tem uma peculiaridade. Mesmo assim, nenhum dos bairros tem infraestrutura física para comportar construções de grande porte. A exemplo do Jaó que conta com sistema de esgoto de 1967, e o Jaó tem sido ampliado com estrutura antiga”, justifica Adriana.
Além disso, a população local é contra a reclassificação da Rua Divisa de via coletora para corredor estratégico, sob alegação de depredação da reserva ambiental à cerca do Córrego Jaó e a falta de estrutura de tráfego para veículos de grande porte. “Temos um bairro tradicional, tranquilo com estrutura integrada com a natureza que não queremos perder. Vivemos uma cultura diferente do restante da cidade”, completou.
Os manifestantes foram ouvidos pelo vereador Paulo Magalhães (DEM), e ganharam a empatia dos parlamentares Lucas Kitão (PSL), Wellington Peixoto (DEM) e Cabo Senna (PRB), que se propuseram a avaliar as solicitações. “Não há garantia de que seremos ouvidos, mas encaminharemos as reivindicações de forma oficial à Câmara porque não podemos aceitar o desmonte da nossa tranquilidade e qualidade de vida”, finalizou Adriana.
Como defensor assíduo da preservação do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável, o vereador Paulo Magalhães (DEM) declarou apoio aos moradores e desde o início da discussão do novo plano diretor se posiciona contrário ao adensamento da cidade. “Não vamos permitir que o capital financeiro, os empresários do setor da construção civil, que priorizam apenas o lucro, torne Goiânia uma cidade impossível de se viver. Defendo um desenvolvimento sustentável, preservando a memória cultural e social do nosso povo, com limites na construção de grandes prédios, evitando os impactos de trânsito, de vizinhança e ambiental e das nascentes, sobretudo, do lençol freático”, pontuou Paulo Magalhães.
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