Lissauer enfrenta Caiado e delcara voto cotra a taxação do agro

Foto - Ruber Couto

“Ninguém pode reclamar da minha palavra. O que eu falei, eu cumpri”, diz Lissauer na tentativa de convencer a base de Caiado a rejeitar a cobrança da taxa de 1,65% sob a produção agrícola

Meu mandato acaba dia 31 de janeiro e vou sair dessa Casa extremamente. Não esperava isso, depois de ter feito tanto por essa legislatura e pelo Governo. Arrumei votos de oposição para salvar o Estado

O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, deputado Lissauer Vieira (PSD) foi o único parlamentar da base aliada do governador Ronaldo Caiado (UB) a declarar publicamente seu descontentamento com o projeto enviado pela Governadoria do Estado que cria o Fundo Estadual de Incentivos (Fundeinfra) e estabelece taxa de 1,65% sobre a produção agrícola goiana. “Meu mandato acaba dia 31 de janeiro e vou sair dessa Casa extremamente. Não esperava isso, depois de ter feito tanto por essa legislatura e pelo Governo. Arrumei votos de oposição para salvar o Estado”, desabafou.

Diante de sua lealdade ao Governo e à parceria com Caiado, o presidente da Alego se sentiu traído com a proposta de taxação da produção do agronegócio goiano em 1,65%, sob a justificativa de que o valor cobrado não se trata de imposto e que deve ser arrecadado para garantir a realização de obras de infraestrutura da malha viária do estado, com reforma e construção da pavimentação asfáltica de rodovias e pontes que cortam o estado. Os dois projetos foram aprovados em primeira votação, com 22 votos favoráveis e 16 contrários, contando com o de Lissauer.

Ao longo da sessão ordinária muitos parlamentares da oposição e da situação subiram à tribuna para apresentar seus posicionamentos. Mas, o discurso de Lissauer Vieira, foi de longe, o mais firme, sólido, verdadeiro, comovente e indignado de todos. Visivelmente decepcionado, abatido e indignado com o comportamento desesperado da base aliada de Caiado, liderada por Bruno Peixoto (UB), para aprovar as matérias, o chefe o Parlamento goiano proferiu um dos discursos mais transparentes de seu mandato.

O deputado proferiu um discurso pujante, equilibrado e elegante para reforçar a importância do Legislativo no processo de construção da gestão de Caiado. “Há quatro anos estamos trabalhando neste para ajudar o Governo a equilibras as finanças, restaurar projetos e ações de interesse da sociedade. Eu saio daqui hoje, muito decepcionado com a insensatez do Governo e com a insensibilidade dos deputados da base que não reconhecem a importância do produtor para o desenvolvimento do Estado”, disse Lissauer em tom de derrota.

Apesar de abatido, Lissauer subiu à tribuna do plenário Iris Rezende Machado e para reafirmar seu voto contrário, defender a dedicação dos produtores goianos e, principalmente, para desabafar. “Boa noite homens e mulheres do campo, pagadores de impostos, dedicados a trabalhar pelo progresso desse País. O ano de 2022 tem sido um ano muito duro para mim porque tive duas datas tristes. O dia da morte do meu pai e hoje, porque estou me sentindo totalmente impotente”, disparou.

Um dos trechos mais marcantes e emocionantes da fala de Lissauer na tribuna se deu no momento em que o deputado chamou a atenção dos parlamentares para uma reflexão mais intimista e sensível sobre os prejuízos que taxação pode causar ao agronegócio e à população brasileira. “Olhem para essas pessoas. Muitos aqui são segunda ou terceira geração de produtores rurais como eu. Muitos cresceram vendo seus pais trabalhando no sol e na chuva para desbravar esse estado. Se nós temos um Estado forte, pujante e que nos orgulha, devemos aqueles que lutam de sol a sol e que não tem medo de colocar uma semente debaixo da terra e apostar que o clima vai dar certo. Muitos estão aqui hoje angustiados com medo dessa semente não germinar porque não temos previsão de chuva e preocupados com o futuro porque temos um alto custo de produção agrícola. Não é fácil alimentar o país e gerar renda”.

Lissauer encerrou seu discurso ressaltando a força do setor primário e dos setores produtivo de carnes e grãos. O parlamentar lembrou aos pares que todos nós estamos ligados direta ou indiretamente com as pessoas do campo. “E nós, deputado? estamos aqui para atrapalhar a vida desses produtores? “Deputados olhem pra mim, tenham misericórdia! Nós já fizemos muito, ajudamos o Governo a colocar a folha de pagamento, que estava atrasada, em dia, ajudamos a resolver os problemas fiscais com o RRF. Todos nós ajudamos o Governo, inclusive esses produtores. Tenham piedade dessas pessoas que passaram por muitos problemas. Por favor, não façam isso. Não aprovem esse projeto”, concluiu.

Legado

Eleito por duas vezes presidente da Assembleia Legislativa do Estado Goiás, Lissauer Vieira se mostrou um gestor arrojado, determinado, democrático e apaziguador durante os quatro anos como chefe do Legislativo.

Apesar de discreta e democrática, Lissauer construiu uma relação de respeito e parceria com o governador Ronaldo Caiado e com o Parlamento goiano na condução dos trabalhos legislativos da Casa. O segundo mandato de Lissauer foi marcado por um apoio ajuizado, porém leal, ao governador Ronaldo Caiado ao qual construiu um alinhamento político cortês entre os dois poderes.

“Aprovamos todas as matérias de interesse do Governo enviadas à Casa nos últimos dois anos. A exemplo da Reforma Administrativa, Reforma da Previdência, atualização Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), GTAs, programa habitacional “Para Ter Onde Morar”, Regime de Recuperação Fiscal (RRF), reajuste salarial mínimo aos servidores da educação e da saúde e todas as demais demandas do Estado. Fizemos muito por Goiás”, pontuouç

Legado de Lissauer é, sem dúvida, o cumprimento de todas as promessas e compromissos firmados durante uma gestão inovadora, ousada e visionária marcada por grandes avanços. A exemplo da construção da nova sede da Alego, cuja obra estava paralisada desde 2005; liberação de emendas impositivas, reforma

, foi a aprovação de

Ambos os projetos foram aprovados com 22 votos favoráveis e 16 contrários. Votaram a favor os seguintes parlamentares: Álvaro Guimarães (UB), Bruno Peixoto (UB), Dr. Antonio (UB), Rubens Marques (UB), Talles Barreto (UB), Tião Caroço (UB), Virmondes Cruvinel (UB), Amilton Filho (MDB), Charles Bento (UB), Francisco Oliveira (MDB), Lucas Calil (MDB), Thiago Albernaz (MDB), Zé da Imperial (MDB), Cairo Salim (PSD), Max Menezes (PSD), Wilde Cambão (PSD), Coronel Adailton (PRTB), Dr. Fernando Curado (PRTB), Julio Pina (PRTB), Jeferson Rodrigues (Republicanos), Rafael Gouveia (Republicanos) e Henrique César (PSC).

Além do presidente Lissauer Vieira, o grupo contrário contou, ainda, com os votos dos seguintes deputados: Antônio Gomide (PT), Delegada Adriana Accorsi (PT), Alysson Lima (PSB), Amauri Ribeiro (UB), Sérgio Bravo (PSB), Helio de Sousa (PSDB), Major Araújo (PL), Zé Carapô (Pros), Cláudio Meirelles (PL), Delegado Humberto Teófilo (Patriota), Delegado Eduardo Prado (PL), Paulo Cezar Martins (PL), Chico KGL (UB), Paulo Trabalho (PL) e Gustavo Sebba (PSDB).