Sindicato de laboratórios alerta para risco de interrupção de atendimentos a servidores municipais e dependentes
O Sindicato dos Laboratórios de Análises e Bancos de Sangue do Estado de Goiás (SINDILABS-GO) denunciou, nesta quarta-feira (12), a inadimplência crônica do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (IMAS). Segundo a entidade, a dívida acumulada ultrapassa R$ 100 milhões, afetando 44 prestadores de serviços, como clínicas oncológicas, hospitais e laboratórios. A situação, que se arrasta desde fevereiro de 2024, pode levar à paralisação dos atendimentos a servidores municipais e seus dependentes.
Cronogramas descumpridos e falta de diálogo
Em janeiro de 2025, após pressão do setor, o IMAS prometeu apresentar em 10 dias um plano para quitar débitos de 2024 e anos anteriores, além de regularizar pagamentos de julho de 2024 em diante até março deste ano. No entanto, em fevereiro, a gestão do instituto revisou o compromisso, prometendo saldar apenas as competências de outubro e novembro de 2024 até 28 de fevereiro – prazo também não cumprido.
“Até a segunda semana de março, nenhum cronograma foi apresentado. Há total descaso com os prestadores e, por consequência, com os pacientes”, afirmou Christiane do Valle, presidente do SINDILABS-GO. Ela destacou que alguns credores já ingressaram na Justiça para cobrar pagamentos, mas a falta de solução ameaça a sustentabilidade financeira das unidades de saúde.
Risco iminente de paralisação
Com dívidas que incluem exames, tratamentos especializados e até insumos hospitalares, clínicas e laboratórios alertam que não têm condições de manter os serviços sem o repasse dos valores. “Estamos no limite. Se não houver regularização imediata, seremos obrigados a suspender atendimentos”, declarou uma fonte do setor, que preferiu não se identificar.
O impasse coloca em risco o acesso a serviços como quimioterapia, exames de imagem e coleta de sangue, essenciais para milhares de servidores públicos e famílias vinculadas ao IMAS. A entidade é responsável pelo plano de saúde de funcionários da Prefeitura de Goiânia.
Apelo por solução urgente
Em nota, o SINDILABS-GO cobrou intervenção das autoridades municipais para evitar o colapso. “A saúde não pode ser negligenciada. É imperativo que o IMAS honre seus compromissos”, reforçou Christiane do Valle. O sindicato também pede transparência na elaboração de um cronograma realista de pagamentos e a priorização de dívidas antigas. Procurada para comentar, a gestão do IMAS não se manifestou até o fechamento desta edição.