Demissão em massa foi publicada nesta terça-feira, 8, no Diário Oficial em documento com 82 páginas
Dois dias após as eleições municipais de 2024, em que o prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) ficou em penúltimo lugar com apenas 3,14% dos votos, a Prefeitura de Goiânia anunciou a exoneração de 1.962 servidores comissionados. O resultado eleitoral, que totalizou 21.616 votos para Cruz, foi seguido pela publicação das demissões no Diário Oficial do Município nesta terça-feira (8).
O documento de 82 páginas lista, em ordem alfabética, os nomes dos servidores exonerados e suas respectivas funções, que incluem cargos de confiança como gerentes, superintendentes, assessores e coordenadores. Entre os atingidos estão diversos funcionários da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), uma das pastas mais afetadas pela medida.
Em nota oficial, a assessoria de comunicação do prefeito justificou as demissões como parte de uma reorganização administrativa para os últimos meses da atual gestão. “A medida reflete o compromisso em garantir o cumprimento das metas fiscais e manter a saúde financeira do Município até o final do ano. A administração ressalta que eventuais nomeações poderão ser realizadas, caso sejam identificadas necessidades em áreas estratégicas”, diz o comunicado.
No último domingo (6), após o primeiro turno das eleições, Rogério Cruz havia afirmado em coletiva de imprensa que o resultado não afetaria o andamento das entregas previstas até o fim de seu mandato. Mesmo diante da definição de Sandro Mabel (União Brasil) e Fred Rodrigues (PL) como candidatos ao segundo turno, Cruz garantiu que encerraria sua participação no pleito com a “sensação de dever cumprido”, destacando o trabalho realizado durante sua gestão.
“Saio de cabeça erguida, sei o quanto trabalhamos pela cidade, e vamos continuar até o dia 31 de dezembro de 2024. Ainda há muito a ser feito por Goiânia, e vamos seguir nesse ritmo”, declarou o prefeito no encerramento da coletiva.
No entanto, a decisão de exonerar quase dois mil servidores comissionados gerou perplexidade na população, especialmente pela rápida repercussão nos serviços públicos. Reportagens da TV Anhanguera mostraram que unidades como a UPA Vet, onde famílias de baixa renda buscam atendimento veterinário, ficaram sem prestar serviços, inclusive de urgência que estavam previamente agendados, devido à ausência dos funcionários demitidos.
A reorganização, classificada como necessária pela Prefeitura, gerou questionamentos sobre o impacto na prestação de serviços essenciais para a população, a poucos meses do encerramento do mandato de Rogério Cruz.
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