CEI da Comurg acusa presidente do órgão de nepotismo

Alisson Borges respondeu perguntas sobre contratação de familiares e recebimento de repasses sem conclusão de obras

Durante depoimento na Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Comurg (Companhia de Urbanização de Goiânia), na Câmara Municipal de Goiânia, o presidente do órgão, Alisson Borges enfrentou uma verdadeira sabatina dos membros da Comissão. A primeira pergunta da reunião de hoje, foi: “O senhor tem parentes na Comurg?”

Alisson assumiu que o pai e o sogro são servidores da Comurg. Albertino Simão Borges (Pai), apesar de aposentado, não foi exonerado e segue trabalhando na Comurg recebendo, só de gratificação, R$ 6.504, segundo alertou o presidente da CEI, Ronilson Reis (PMB). De acordo com dados levantados pela CEI, o vencimento bruto de Albertino ultrapassa os R$ 20 mil, de acordo com dados do portal da transparência para a função de assistente administrativo. Já o sogro de Alisson, Edimar Ferreira da Silva, é diretor de urbanismo no órgão.

Apesar do suposto nepotismo, Alisson se defendeu dizendo que as contratações são avaliadas e aprovadas pelo Conselho de Administração do órgão e que de acordo com deliberação internam, não caracterizaria nepotismo.

O adiantamento de repasses ao órgão foi outro ponto crítico do depoimento de Alisson na CEI. O presidente foi questionado sobre os repasses adiantados de contratos de emendas impositivas e de obras nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e Cemitério Parque. “Pra execução das obras, a Comurg precisava do dinheiro”, explicou o presidente da Comurg.

Além disso, o presidente informou também que os valores recebidos como adiantamento não estão mais na conta: “O dinheiro da Comurg não pode ficar parado. É uma empresa deficitária”. No entanto, garantiu que as obras serão retomadas e entregues assim que o período de chuvas passar.


O presidente da Comurg relatou ainda aos parlamentares que a ex-secretaria de Relações Institucionais da Prefeitura de Goiânia, Valéria Pettersen, participou das reuniões de colegiado que definiu por esse modelo de contrato. “Chegamos à conclusão de que esse seria o melhor caminho para cumprirmos as emendas impositivas”, disse.

Apesar disso, Alisson não soube dizer se o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) tinha conhecimento dos pagamentos adiantados. Com base nas declarações do presidente da Comurg, o vice-presidente da CEI, vereador Welton Lemos(Podemos) afirmou que vai solicitar que Valéria também seja ouvida pela comissão. O requerimento ainda precisa de aprovação.


A todo momento, o presidente da Comurg destacou os problemas de caixa da companhia. Aos vereadores, estimou uma dívida que ultrapassa os R$ 200 milhões, mas reconheceu que ainda não sabe a dimensão exata dela.


Além disso, Alisson admitiu que hoje já atraso na coleta de lixo da capital por conta de problemas com as frota de caminhões de lixo. “São equipamentos com mais de 10 anos de uso, o que atrapalha a coleta de resíduos”, afirmou ao dizer que enquanto metade dos veículos estão em circulação, a outra metade está em manutenção. *Com informações do Jornal Opção