Assédio eleitoral e moral em ambiente de trabalho será coibido pela Facieg

A entidade esclarece que não comunga de práticas que ferem a liberdade individual ou coletiva do estado democrático de direito a exemplo do que ocorreu com o empresário e ex-prefeito de Porangatu, Eronildo Valadares

A Federação das Associações Comerciais, Industriais, Empresariais e Agropecuárias do Estado de Goiás (Facieg) reage positivamente à recomendação emitida pelo Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO), que alerta empresários, empregadores e representantes políticos quanto ao assédio eleitoral no ambiente de trabalho. A decisão foi anunciada pela instituição na manhã desta quarta-feira, 12, por meio de nota à imprensa.

O comunicado da Facieg informa que não apoia qualquer prática que possa ferir “liberdade individual ou coletiva, que venha a ofender o estado democrático de direito ou a realização de ações que possam macular o bom ambiente de trabalho.”

A recomendação foi divulgada depois da proibição de ameaças e coação a funcionários praticadas pelo empresário e ex-prefeito de Porangatu (GO), Eronildo Valadares, em relação à escolha de voto de seus funcionários nas eleições presidenciais. O assédio se tornou público depois do vazamento de áudio em que o empresário ameaçou fechar a empresa e liquidar estoque no caso de vitória de Lula no segundo turno.

Em nota, a Facieg ressaltou ainda que instituição se exime da responsabilidade sobre ações individuais de gestores.

Leia a nota na íntegra:

A FACIEG informa que recebeu uma notificação do MPT (Ministério Público do Trabalho) com recomendações para que nossa entidade promova ações de combate a possível prática de assédio moral por parte de alguns empresários sobre funcionários.

A cerca da presente notificação, o departamento jurídico da nossa entidade já foi acionado e, dentro do prazo concedido, responderá a notificação recebida.

De antemão nossa entidade esclarece que não comunga com nenhuma prática que venha no sentido de tolher a liberdade individual ou coletiva, que venha a ofender o estado democrático de direito ou a realização de ações que possam macular o bom ambiente de trabalho.

Em que pese não termos qualquer responsabilidade sobre ações individuais, estamos em constante trabalho de conscientização e de qualificação da classe empresarial sobre os seus direitos e suas obrigações.

Defendemos que eventuais excessos devem ser combatidos pelos órgãos competentes, mas sem que isso sirva para generalizar a conduta de uma categoria, sobretudo a classe produtora, que move a nossa economia, que gera empregos, possibilitando, inclusive, a manutenção da máquina pública através do pagamento dos elevados impostos.

A FACIEG sempre foi e continuará sendo parceira das instituições, mas também seguirá cumprindo as suas obrigações estatutárias na defesa da classe que representa”.