Arquidiocese de Goiânia anuncia afastamento de Padre Robson da Basílica de Trindade e da Afipe

Agentes do MP-GO fazem busca e apreensão de documentos, computadores e celulares na sede da Afipe Foto: Jornal do Tocantins

A Arquidiocese de Goiânia, informou por meio de nota, o afastamento do padre Robson Oliveiro da reitoria do Santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade e da presidência da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), depois do desdobramento da operação “Vendilhões do Templo” deflagrada hoje pelo Ministério Público de Goiás (MP) e Polícia Civil.

Além de demonstrar surpresa sobre as investigações envolvendo o padre Robson, Dom Washington Cruz e o padre André Ricardo de Melo, informam que o afastamento é temporário para que os fatos sejam esclarecidos e colocam as instituições religiosas à disposição para apurar fatos. “A arquidiocese de Goiânia e a Província dos Missionários Redentoristas de Goiânia, recebem com surpresa e aceita com humildade os atos praticados pela autoridade judiciária de Goiás. As instituições estão abertas a apurar, com transparência, quaisquer denúncias em desfavor de seus membros. Acreditamos no trabalho evangelizador de cada um dos sacerdotes”, diz a nota.

De acordo com o MP, membros da Afipe estão sendo investigados há um ano, por suspeita de apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos, sonegação fiscal e associação criminosa. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, em imóveis de Goiânia e Trindade. Inclusive, em propriedades de luxo vinculadas ao padre Robson.

Em entrevista coletiva, os investigadores informaram que nos últimos 10 anos, forma movimentados mais de R$ 2 bilhões. “As Afipe´s recebem mais de R$ 20 milhões em doações mensais e os donativos estariam sendo usados para aquisição de imóveis de luxo, fazendas e gado, por meio de CNPJ e CPF de pessoas ligadas ao pároco. “Levantamos pagamentos indevidos de cerca de R$ 120 milhões, só nós últimos três anos, por parte da Afipe para grupos de empresas e pessoas. Constamos que esses gastos não tinham vínculo com questões religiosas, mas com outros negócios, como a compra de imóveis, propriedades rurais, cabeças de gado e emissoras de rádio, diz o MP”, informou a promotoria.