Alunos do Basileu França se destacam na música orquestral

O reconhecimento vem da aprovação em processos seletivos de festivais, orquestras e instituições formativas

É com um olhar brilhante e um sorriso de orgulho que Eliel Ferreira, coordenador dos Grupos Sinfônicos da Escola do Futuro Basileu França e maestro da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás (OSJG), anuncia o reconhecimento que alguns dos músicos da OSJG estão recebendo em processos seletivos de festivais, orquestras e instituições formativas, no ano de 2024.

A lista é longa: o trombonista Heitor Morais, o fagotista Paulo Soares, o violoncelista Valdemar Nogueira e o contrabaixista Victor Soares foram aprovados para a Orquestra Sinfônica de Goiânia; a violinista Thalyta Alves foi selecionada para o Festival da Orquestra Sinfônica do Mississipi, nos Estados Unidos; a violinista Michele Guedes foi selecionada para a Academia Jovem Concertante (sediada no Rio de Janeiro) e premiada com um violino; o percussionista Bruno Andrade foi aprovado para um mestrado na Alemanha; o violista Ian Lucas e o trombonista Felipe Sobral foram selecionados para o Festival de Campos do Jordão. São todos jovens talentos, que começaram o aprendizado em música há menos de uma década.

Paulo Soares, aprovado como primeiro fagotista da Orquestra Sinfônica de Goiânia, conta que começou a estudar fagote no Instituto Federal Goiano, em 2019. “No IFG, meu professor era o Lamartine Tavares. Finalizei em 2022, e nesse mesmo ano, toquei pela primeira vez em uma orquestra, a Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás. Nesse mesmo ano comecei a ter aulas regulares com o professor Wesley (Lopes, professor da EFG Basileu França).”

Thalyta Alves, selecionada para o Festival da Orquestra Sinfônica do Mississipi, nos Estados Unidos, conta que iniciou os estudos de violino aos 13 anos em um projeto de música de uma igreja de São Miguel do Araguaia, no interior de Goiás, onde nasceu. Aos 17 anos, mudou-se para Goiânia e ingressou na Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás. “Fui aluna dos professores Thierry de Lucas, Olga Galeano e Luciano Pontes. Participei de festivais, onde tive a oportunidade de aprender com renomados professores. Atualmente, estou no 7º período do curso de Bacharelado em Violino na Universidade Federal de Goiás (UFG), integrando a classe de violino do professor Luciano Pontes”, relata.

Enquanto tudo isso ocorria, Thalyta continuou fazendo parte da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás, na qual ainda atua. “A Escola do Futuro em Artes Basileu França tem uma grande importância na minha vida, pois foi onde tive a oportunidade de conhecer mais profundamente uma orquestra, os instrumentos e a música erudita. Foi lá que me introduzi de forma mais completa nesse meio, convivendo com grandes maestros e solistas, realizando turnês nacionais e internacionais e acumulando diversas experiências musicais que, tenho certeza, não teria encontrado em outro lugar”, agradece.

O violista Ian Lucas Rodrigues da Silva, selecionado para o Festival de Campos de Jordão, é natural de Anápolis. Ele comenta que iniciou seus estudos de música aos 12 anos, em 2013, no projeto Criar e Tocar, desenvolvido no próprio município. Ele começou aprendendo percussão, sob a orientação do professor Gustavo Bernardes, e somente depois de alguns meses passou a tocar viola. Ainda em Anápolis, participou da Orquestra de Câmara da Vila Operária e da Orquestra Jovem do Criar e Tocar. Em 2015 foi admitido na Orquestra Juvenil Pedro Ludovico Teixeira e em 2016 para a Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás. No final daquele ano e início de 2017 fez uma turnê com a OSJG na China, quando tocaram em Xangai e em várias cidades. “Em 2021 fiz várias apresentações com a Orquestra Filarmônica de Goiás, em 2022 fiz, com a Orquestra Sinfônica Jovem, uma turnê na Alemanha, atuando como chefe de naipe e como solista.” Ele participou de diversos festivais nacionais e tocou com grandes nomes nacionais da viola. Atualmente, além de continuar tocando na OSJG, está cursando Música na Universidade Federal de Goiás.

A violinista Michele Guedes foi aprovada para o Academia Jovem Concertante, que seleciona músicos do país inteiro a partir da análise de vídeos com os músicos tocando um repertório pré-definido. O festival acontece em duas etapas, uma no Sudeste e a seguinte em outra região do país. Ela comenta que, no ano passado, participou da segunda etapa, que foi sediada no Maranhão. “É uma orquestra itinerante, feita a partir de uma seleção de músicos de todo o país. Os membros dessa orquestra ficam em torno de duas semanas imersos na música, tocando repertório de alto nível, sob a regência do maestro e violonista Daniel Guedes, que é excelente, e transitando por diversas cidades”, descreve.

Ela conta que fez a introdução dos estudos em violino ainda criança, na igreja católica de Jaraguá, sua cidade natal. Alguns anos depois, em 2018, por meio da Rede de Orquestras Jovem, que está em várias cidades do interior de Goiás, retomou o aprendizado. Em 2020 foi aprovada na Orquestra Juvenil Pedro Ludovico Teixeira, um dos grupos sinfônicos da EFG Basileu França. No segundo semestre de 2022, foi admitida na Orquestra Jovem.

Michele ressalta que foi spalla (líder da seção de violinos) da Orquestra Jovem de Jaraguá e da Orquestra Juvenil Pedro Ludovico e que agora é chefe dos segundos violinos da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás. Michele avalia que o Basileu tem um papel muito importante em sua trajetória, porque foi lá que começou, de fato, a descobrir possibilidades no segmento musical. “Aprendi bastante coisa e sigo aprendendo. Tive oportunidade de ser fiel ao segundo violino, de ter masterclass com vários professores, de ter masterclass com outros maestros, de assistir apresentações. Encontrei pessoas que acreditaram em mim E quando a gente encontra alguém que acredita na gente, a gente consegue caminhar, até quando a gente não está tão capacitado para fazer alguma coisa. E isso faz a gente crescer. Eu sou muito grata à instituição”, enfatiza. “Eu gosto muito de tocar, muito mesmo! Eu sou uma pessoa muito tímida, e a música, tocar, foi a maneira que eu encontrei para me comunicar com as pessoas. Não tem letra, não é em palavras, mas para mim diz muito mais”, se emociona.

A Escola do Futuro em Artes Basileu França é uma instituição pertencente à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), e é gerida, por meio de convênio, pelo Centro de Educação, Trabalho e Tecnologia (CETT), da Universidade Federal de Goiás.