Parlamentar pede atenção especial na prevenção e tratamento do câncer para mulheres em vulnerabilidade, como as encarceradas e em situação de rua. Na pandemia
Em reunião da bancada feminina com o ministro Alexandre Padilha, nesta quarta-feira (12/3), para a entrega e apresentação de Projetos de Lei relacionados à Saúde, a deputada federal Delegada Adriana Accorsi (PT-GO) defendeu a aprovação de duas propostas de sua autoria que tratam de saúde da mulher, um sobre prevenção e tratamento do câncer e outro sobre saúde mental. Também defendeu mais atenção às pessoas com doenças raras, como a ataxia, que afeta tantas famílias em nosso país.
O primeiro trata do acesso das mulheres do campo, da floresta e das águas, e das mulheres privadas de liberdade às ações de saúde, que assegurem a prevenção, detecção e tratamento dos cânceres do colo uterino, de mama e colorretal no âmbito do Sistema Único de Saúde.
De acordo com o texto, os serviços de assistência à saúde deverão oferecer assistência integral, incluindo amplo trabalho informativo e educativo sobre a prevenção, a detecção, o tratamento e controle dos cânceres citados, de modo acessível e de fácil compreensão.
“Eu gostaria de pedir atenção especial na prevenção e tratamento do câncer para algumas mulheres que estão em situação de mais vulnerabilidade, como as mulheres encarceradas. Na pandemia, o que já era difícil ficou um descaso”, argumentou a deputada.
O outro projeto busca garantir atendimento prioritário e especializado em saúde mental e psicossocial para mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência, em conformidade com a Lei Maria da Penha e demais normativas que protegem grupos vulneráveis.
“Eu peço um carinho especial por este projeto porque nós ainda não conseguimos reconstruir a questão da saúde mental no Brasil, que foi desmontada no governo anterior. O meu pedido especial é para as mulheres ,crianças e adolescentes que sofreram violências”, afirmou Adriana. Ela relatou o caso de uma mãe que teve o filho sequestrado, levado para outro país, e que nunca conseguiu ser atendida no SUS.
De acordo com o texto, os serviços de saúde públicos e privados, incluindo hospitais, clínicas, centros de atendimento psicossocial, consultórios particulares e plataformas de telemedicina, deverão garantir atendimento prioritário e especializado para mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência física; violência psicológica; violência sexual;
violência moral.
O atendimento prioritário incluirá atendimento psicossocial imediato e continuado, sem necessidade de agendamento prévio; disponibilização de acompanhamento psiquiátrico, quando necessário; acesso prioritário a serviços de reabilitação e suporte social; encaminhamento para redes de proteção e assistência social; disponibilização de atendimento por meio de telemedicina, garantindo maior alcance do suporte psicossocial.
Adriana Accorsi argumenta que a violência, independentemente de sua natureza, pode gerar graves impactos emocionais e psicológicos, exigindo intervenções adequadas e imediatas para evitar o agravamento dos danos. “Estudos demonstram que a ausência de um suporte psicológico eficaz pode agravar transtornos emocionais, aumentar índices de depressão e ansiedade, além de dificultar a recuperação das vítimas. A inclusão da telemedicina visa ampliar o alcance do atendimento, especialmente para vítimas em regiões de difícil acesso ou com mobilidade reduzida”, pontua.
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