Edéia: Secretários e servidores desviaram mais de R$ 2.6 milhões

Operação ‘Mestre de obras’ da Polícia Civil investiga esquema fraudulento de desvio de verba em licitações na prefeitura municipal de Edéia. Ao todo, seis servidores e três secretários municipais desviaram mais de R$ 2,6 milhões dos cofres públicos desde 2013.

De acordo com o delegado Cleybio Januário Ferreira, a secretária de obras Katiane Pereira Vale; o secretário de agricultura Filogonio José Machado; o secretário de administração Divino Aparecido Martins e outros seis servidores que não tiveram os nomes divulgados, forjaram licitações para a execução de obras municipais nos últimos sete anos. “As licitações foram todas fraudadas. As obras existiram, foram feitas. Pedreiros, serventes e mestre de obras recebiam apenas diárias trabalhadas, mas eram obrigados a abrir empresas fantasma e, na secretaria, eram fraudados os procedimentos licitatórios para dar uma aparência de legalidade” explicou o delegado.

De acordo com a polícia, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão na sede da prefeitura e na casa dos funcionários públicos investigados. A investigação resultou em uma prisão em flagrante pelo crime de posse ilegal de arma de fogo e na apreensão de quase R$ 30 mil em espécie. O dinheiro estava na residência de um dos envolvidos.

As investigações apontam o registro de empresas fantasmas em nomes de serventes de pedreiro, pedreiros e mestres de obras para simular que estes concorriam a um processo licitatório para a contratação de funcionários para as construções. Segundo as investigações o valor pago pelas licitações era entregue para a secretária de obras, que pagava aos operários apenas o valor de suas diárias como encarregado de obra.

O delegado afirma que muitos não sabiam nem o que era licitação. “Essa investigação de hoje é apenas para cumprir mandatos em relação a licitações para mão de obra. A secretaria fraudava licitações, assinaturas e documentos para simular procedimentos licitatórios que nunca existiram. Eram obras de reformas de escolas, de locais públicos feitas por essas pessoas, mas que nunca foram empresárias ou participaram de licitações”, relatou o delegado.

A polícia disse ainda que a diferença entre o que foi pago para os trabalhadores em diárias e o pagamento feito pela prefeitura para as empresas fantasmas somaram mais de R$ 2,6 milhões. Este valor, segundo a polícia, foi bloqueado das contas e bens dos investigados. Agora, a polícia tenta descobrir qual foi o destino deste dinheiro.