Bolsonaro pede anistia em troca de “pacificação” do Brasil

Bolsonaro pede anistia para presos de 8 de janeiro em troca de “pacificação” do Brasil

Na tentativa de se livrar da prisão, Bolsonaro quer zerar o jogo em troca de anistia

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), indiciado pela Polícia Federal por crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, tentativa de golpe de estado e participação em organização criminosa, fez um apelo nesta quinta-feira (28/11) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro pediu anistia aos presos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, argumentando que a medida seria essencial para promover uma “pacificação do Brasil”.

Durante uma entrevista à revista Oeste, Bolsonaro sugeriu: “Para nós pacificarmos o Brasil, alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? Senhor Alexandre de Moraes. Em 1979 foi anistiada gente que matou, que soltou bomba, que sequestrou, que roubou, que sequestrou avião. Vamos pacificar, zerar o jogo daqui para frente. Agora, se tivesse uma palavra do Lula ou do Alexandre de Moraes no tocante à anistia, estava tudo resolvido. Não quer pacificar? Pacifica”, declarou o ex-presidente indiciado.

Bolsonaro também fez seu apelo ao presidente Lula e aos demais ministros do STF. Ele insistiu que o perdão aos participantes dos atos antidemocráticos poderia abrir caminho para um acordo nacional, minimizando questões políticas e sociais.

Reações e contexto

O pedido do ex-presidente ocorre em meio a um cenário de crescente pressão judicial sobre Bolsonaro e seus aliados, com investigações apontando para seu papel nos ataques golpistas de janeiro. Na ocasião, manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, numa tentativa de reversão ou reversão

A proposta de anistia gerou controvérsia imediata, com críticas de setores políticos e da sociedade civil que enxergam a ideia de um estímulo à impunidade. Por outro lado, alguns apoiadores de Bolsonaro interpretam o apelo como uma tentativa de apaziguar os ânimos e evitar novos confrontos.

Até o momento, nem o presidente Lula nem o ministro Alexandre de Moraes se manifestaram sobre o pedido de Bolsonaro. No entanto, a sinalização de “zerar o jogo” contrasta com o discurso do atual governo e do STF, que tem reiterado a importância de responsabilizar os envolvidos nos ataques como forma de preservar o estado democrático de direito.