O relator da indicação, o senador Jaques Wagner, líder do governo no Senado, apresentou parecer favorável à aprovação de Galípolo
O economista Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para substituir Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central a partir de 2025, recebeu nesta terça-feira (8) aprovação unânime da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, presidida pelo senador Vanderlan Cardoso (PSD). A votação no plenário do Senado deve ocorrer ainda hoje, e Galípolo é amplamente esperado para ser aprovado com folga pelos parlamentares.
Durante a sessão, Galípolo foi sabatinado por cerca de quatro horas, sendo questionado sobre temas como a autonomia do Banco Central, a taxa de juros e possíveis pressões políticas. Ele negou qualquer interferência do presidente Lula nas decisões do BC. “Eu jamais sofri qualquer tipo de pressão do presidente Lula em relação a decisões do Banco Central”, afirmou o economista.
O relator da indicação, o senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, apresentou parecer favorável à aprovação de Galípolo, destacando sua competência técnica e o apoio tanto da base governista quanto da oposição. A votação na CAE registrou 26 votos a favor, sem nenhuma objeção.
Corpo a corpo no Senado
Desde sua indicação em agosto, Galípolo empreendeu um verdadeiro “corpo a corpo” com os senadores para angariar apoios. A última visita ocorreu na segunda-feira (7), quando se reuniu com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), acompanhado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do senador Jaques Wagner.
Galípolo, que é braço direito de Haddad, atuou como seu secretário-executivo no Ministério da Fazenda antes de assumir, em 2023, a diretoria de Política Monetária do Banco Central. Ele foi descrito como um nome de confiança do governo Lula para liderar a autoridade monetária.
Juros, autonomia e bets
Questionado sobre a independência do Banco Central e a política de juros, Galípolo defendeu a autonomia da instituição, ressaltando que todas as decisões devem estar orientadas pelo compromisso com o bem-estar do povo brasileiro. “Sempre tive, da parte do presidente Lula, a garantia de liberdade total na tomada de decisões”, afirmou.
Sobre a regulação de apostas e jogos online, tema levantado por senadores, Galípolo destacou que o Banco Central não tem competência para regulamentar o setor, limitando-se a estudar o impacto desses jogos na economia, como o endividamento das famílias e o consumo.
Histórico de apoio
Essa não foi a primeira vez que Galípolo passou pelo crivo do Senado. Em 2023, ele já havia sido sabatinado para assumir a diretoria de Política Monetária do Banco Central, recebendo na ocasião 23 votos a favor e apenas dois contrários na CAE. No plenário, foi aprovado por 39 votos a 12.
Com a aprovação de hoje, espera-se que Galípolo assuma a presidência do Banco Central em um momento crítico para a economia brasileira, com desafios relacionados à inflação e à política de juros. Sua ligação estreita com Haddad e o governo Lula deverá moldar sua gestão à frente da autoridade monetária nos próximos anos.
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