Salários dos colaboradores das três unidades, assim como os pagamentos às empresas terceirizadas, estão atrasados
A Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc/UFG), responsável pela gestão das maternidades municipais Célia Câmara, Dona Íris e Nascer Cidadão, está em uma crise financeira grave. Desde agosto de 2024, os atendimentos ambulatoriais estão suspensos, resultado da falta de repasses regulares por parte da Prefeitura de Goiânia. A situação, que se arrasta desde 2021, afeta diretamente o funcionamento das unidades e a prestação de serviços essenciais à população.
O valor acordado nos convênios para a manutenção das maternidades é de R$ 20,2 milhões mensais, mas, segundo a Fundahc/UFG, esses repasses não têm sido cumpridos integralmente. Esse cenário gerou um acúmulo de dívidas com fornecedores e prestadores de serviços, impossibilitando a aquisição de insumos, alimentação e outros itens fundamentais para a operação das maternidades.
Os salários dos colaboradores das três unidades, assim como os pagamentos às empresas terceirizadas, estão atrasados. Muitas dessas empresas, devido à inadimplência, já solicitaram a quebra de contrato, agravando a crise ao interromper serviços essenciais. As maternidades enfrentam agora uma escassez crítica de insumos básicos para o atendimento às gestantes e recém-nascidos.
A diretora-executiva da Fundahc/UFG tem mantido diálogo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia e buscado uma solução conjunta com o prefeito, sem sucesso até o momento. Mesmo após o bloqueio judicial de recursos do município, em ação movida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), os repasses continuam irregulares, levando a situação a um ponto insustentável.
O passivo financeiro acumulado da Fundahc/UFG já ultrapassa os R$ 100 milhões, considerando apenas as dívidas com fornecedores, prestadores de serviço e encargos trabalhistas. Este montante não inclui o passivo trabalhista acumulado. A SMS informou que um repasse será feito nesta terça-feira (8) para o pagamento dos salários de setembro, mas ainda não há um cronograma claro para a regularização de outras pendências.
A Fundação alerta que, sem uma solução rápida e concreta, a continuidade dos atendimentos nas maternidades municipais está em risco. “Estamos buscando todas as alternativas para garantir o mínimo de condições de trabalho e assistência à população, mas, neste momento, enfrentamos um colapso que requer uma intervenção urgente”, declarou a Fundahc/UFG em comunicado.
A situação também afeta diretamente o atendimento às gestantes e mães que dependem dos serviços públicos de saúde, deixando em aberto o futuro das maternidades e o impacto na saúde pública da cidade.
A Fundahc/UFG e as unidades sob sua gestão agora contam com o apoio das autoridades competentes e da sociedade civil para evitar que a saúde pública de Goiânia sofra danos ainda mais severos.
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