“Ponto cego coloca esses atores em uma rota de iminente sinistro de trânsito, e neste caso vamos mostrar a quantidade de pessoas ele pode esconder ao conduzir esse veículo de grande porte”, explica Horácio Ferreira
A Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM), realiza durante esta semana (17 a 20/6), na sede da Cooperativa de Transportes do Estado de Goiás (Cootego), treinamento de direção defensiva para cerca de 200 condutores do transporte coletivo urbano da capital. O principal ponto abordado com os motoristas refere-se ao ponto cego dos veículos de grande porte em relação aos menores, como carros de passeio, motocicletas, bicicletas e pedestres.
“O objetivo desta atividade é fazer com que estes profissionais reflitam sobre o próprio comportamento na via pública, e para isso levantamos alguns tópicos da legislação de trânsito importantes a serem debatidos, como excesso de velocidade, respeito à faixa de pedestre, uso do aparelho celular e manobras perigosas que tornam o transporte coletivo em muitas situações como vilão pela conduta de alguns poucos motoristas”, explica o agente de trânsito, Horácio Ferreira, que ministra o curso.
Horácio explica que foi destacado o que a Lei de Trânsito pode aplicar como sanção, tanto na parte administrativa, quanto penal, mas principalmente no sentido comportamental que reflete diretamente na opinião pública em relação à categoria dos motoristas do transporte coletivo urbano.
Campo cego
Os ônibus possuem uma relação direta com veículos mais vulneráveis, como carros, motocicletas, ciclistas e pedestres. “Eles estão o tempo todo se relacionando com os demais diariamente, e o ponto cego coloca esses atores em uma rota de iminente sinistro de trânsito, e neste caso vamos mostrar a quantidade de pessoas que ele pode esconder ao conduzir esse veículo de grande porte”, explica Horácio.
Para demonstrar a realidade das vias, 15 pessoas foram posicionadas ao lado do ônibus e não foram visualizadas pelo motorista Gledston Alves, de 58 anos, e 25 anos no exercício da profissão. “Não há visibilidade, inclusive temos perigos de pontos cegos na parte interna do ônibus. Nos degraus das portas traseiras, por exemplo, não enxergamos se o passageiro for descer e ficar parado, um idoso que demora mais tempo para descer, eu não consigo visualizar quando eu fecho a porta, e isso já aconteceu comigo”, aponta.
Além das pessoas, um veículo Fiat Mobi também foi posicionado ao lado do ônibus e o resultado foi praticamente o mesmo. “Sem o olho mágico, não consigo ver o Mobi que está ao lado do ônibus, por isso, aprendi muita coisa neste curso de direção defensiva, inclusive em relação aos demais pontos cegos. Fico feliz com esse curso”, finaliza o condutor da linha 606, Jardim das Oliveiras à Praça da Bíblia.
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