Sinal de alerta para o surgimento de depressão em idosos na quarentena

A depressão já era um transtorno comum entre idosos, agora com a pandemia do novo coronavírus, a tendência é que este número se eleve. Os idosos, além de compor o principal grupo de risco para a Covid-19 também estão mais suscetíveis a desenvolverem quadros de depressão em razão do isolamento social e do distanciamento da família e dos amigos. As incertezas frente ao futuro, mudanças repentinas na rotina e a redução do contato físico e social com familiares e amigos podem ser fatores geradores de uma sobrecarga emocional, que ultrapassa a capacidade de enfrentamento de qualquer pessoa, principalmente para os idosos. Segundo a médica geriatra e sócia-proprietária do Instituto Viva Bem, Zélia Santana, a depressão não tem uma causa específica, podendo ser desencadeada por uma mistura de fatores biológicos, psicológicos e sociais.

“Além de fatores ambientais, inerentes ao envelhecimento, a depressão em idosos pode se manifestar a partir de uma série de problemas relacionados à terceira idade”, explica. De acordo com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos, desde início da pandemia, a venda de medicamentos contra depressão aumentou em 21,9%. Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) também mostram que 5,8% dos brasileiros têm depressão e a prevalência quase dobra entre os que estão na faixa etária de 60 a 64 anos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 11% dos idosos estão depressivos.
Por isso, é fundamental que os familiares e pessoas mais próximas se atentem ao monitoramento da assistência básica do idoso, mesmo que de forma remota, e preste atenção a alguns sinais que podem indicar a depressão:

  • Tristeza constante. A pessoa sente dificuldade em se concentrar, se consome por preocupações e pensamentos depressivos tornando-se difícil pensar em qualquer outra coisa.
  • Alterações no sono. Insônia ou sono excessivo, inclusive com grandes períodos de sonolência ao longo do dia.
  • Mudanças na alimentação. Aumento ou diminuição incomuns do apetite, com perda ou ganho significativos de peso.
  • Recusa em praticar atividades do dia a dia e até mesmo as que considerava mais prazerosas. Comportamentos incomuns, como não querer escovar os dentes, tomar banho ou vestir roupas limpas.
  • Pensamentos de morte e sensação de que seria melhor não estar vivo. Quando a pessoa se encontra num estágio profundo de depressão, o passado lhe parece horrível e cheios de erros, o presente terrível e temem o futuro chega à conclusão de que não vela a pena continuar vivendo.

Nestes casos, o acompanhamento profissional para lidar com a dificuldade de estar sentindo que a capacidade intelectual e física está diminuindo com a idade é fundamental. É o médico que irá determinar qual o melhor tratamento para o idoso.