A troca de farpas entre os deputados de oposição e situação Major Araújo (sem partido) e Amauri Ribeiro (Patriota), se tornou rotina durante as sessões plenárias da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), porém os desentendimentos entre os dois tem sido mais caloroso e agressivo desde a última quarta-feira, 8, quando a sessão precisou ser encerrada para conter os ânimos.
Nesta terça-feira, 14, o plenário Getulino Artiaga foi palco de mais um capítulo da “peleia” entre Amauri e Major, e novamente, o deputado Humberto Aidar (MDB), que presidia a sessão extraordinária, se viu obrigado a encerrar os trabalhos para dar fim à confusão.
Na semana passada, o desentendimento foi motivado por um vídeo publicado pelo deputado Humberto Teófilo (sem partido) nas redes sociais onde afirmava que deputados de situação teriam votado a favor do congelamento do Imposto Sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS). Teófilo foi criticado pelos aliados de Caiado que o acusaram de produzir fakenews. Ao subir à tribuna para discutir o assunto, Amauri Ribeiro e outros chamaram Teófilo de mentiroso e irresponsável. “Te respeito muito Humberto Teófilo, mas esse vídeo é uma mentira não votamos congelamento do ICMS, apenas redirecionamos o percentual entre cidades maiores e menores”, disse.
Na sequência, o deputado Major Araújo entrou em cena para defender o autor do vídeo e entre uma frase e outra, Major chamou Amauri de “Boneca” por não reconhecer que votou a favor da PEC do Governo. O termo “boneca” soou como estopim explosivo para o deputado chapeludo e matuto (como ele mesmo se intitula) que partiu para cima do Major sem nenhum decorro. Só não entraram em vias de fato, porque Amauri foi contido por seguranças da Casa e Major Araújo foi retirado por outro grupo sob gritos de protestos de ambos que estavam decididos a terminar a briga ‘lá fora’. “Vamos lá fora, só nós dois. Eu não tenho medo de bala, não tenho medo de você”, alfinetou Amauri ao ser contido e retirado do Plenário.
Nesta terça-feira, os parlamentarem promoveram mais um show indecoroso de falta de respeito com o Parlamento e com a sociedade que acompanhou ao vivo mais um episódio vexatório daqueles que deveriam promover a paz, o respeito, a educação e o decoro parlamentar. “Você é um frouxo. Vem aqui. Vem de novo. Pode vim”, gritava Amauri. Enquanto Major Araújo, cercado por seguranças revidava “Você não é homem para me enfrentar fora daqui. Seu bosta. Você é um bosta”.
A discussão de baixo calão começou após a aprovação do projeto que autoriza a venda do Hospital do Servidor para o Estado. Amauri Ribeiro se sentiu ofendido por declarações soltas e indiretas de Araújo que disse: “Tem gente aqui que não sabe de nada. Fica aqui falando besteira. Usa um argumento técnico. Bobo! Que coisa besta. Eu não tenho medo não. Não tenho medo de idiota nenhum não. Pode vir de novo. Pode vir”. Neste momento, Ribeiro partiu em disparada na direção do colega, mas foi interpelado por seguranças. Novamente, pela segunda vez em cinco dias a sessão foi encerrada sob gritos e ameaças dos dois parlamentares machões da Alego.
Pelos corredores da Casa não se fala em outro assunto. Há quem diga que essa peleia ainda vai longe e pode terminar de forma trágica. “Que isso gente, onde já se viu dois representantes do povo brigando como dois adolescentes em porta de escola. Isso aqui é uma Casa de leis e merece decoro. Essa situação é insustentável, se continuar assim, o tempo pode fechar. Deus nos livre de uma tragédia”, comentou um servidor que pediu para não ser identificado.
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